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Resenha: A Favorita




"A Favorita" já conquistou premiações por conta de seu retrato realista e intrigante da vida na corte inglesa
Por Lulu Ribeiro


Fui assistir "A Favorita", aposta da FOX para as premiações e já vencedora do Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme Musical ou Comédia para Olivia Colman e pelo Critics Choice Award de Melhor Elenco, além de receber 10 indicações aos Oscar. e que montanha-russa de emoções!

O filme de Yagos Lanthimos segue a história da Rainha Anne (Olivia Colman) e das primas Lady Sarah Churchill (Rachel Weisz) e Abigail Masham (Emma Stone) no início do século 18.

A Inglaterra está em guerra com a França e isto se reflete nas paredes do castelo onde a nobreza passa seu tempo vendo patos correrem e comendo frutas exóticas. No meio disso, temos o relacionamento de Sarah com a rainha Anne: enquanto a monarca da Inglaterra tem uma saúde fragilizada, sofrendo com dores constantes, e é completamente relapsa com sua dieta, Sarah cuida de sua rainha com palavras duras e carinho.

Sendo a favorita da rainha, Sarah tem seus pontos de vista em relação a guerra ouvidos e ajuda Anne a governar e a lidar com a imposição da corte. Neste cenário, surge Abigail, prima distante de Sarah que procura um emprego, mas que secretamente alimenta a ambição de ter novamente seu status na nobreza. As duas primas entram em conflito tentando ganhar a afeição da rainha, numa guerra velada entre casamentos apressados, coelhos, envenenamentos e tiros no jardim do palácio.

Durante os 119 minutos de filme é impossível não sentir compaixão e desconforto com a história sendo contada. Em muitos momentos escolhia um lado que achava mais correto quando, no final, não existem lados corretos. Todas as personagens têm um passado que as assombra e todas tentam compensar no presente de alguma maneira.

O filme, muitas vezes passivo-agressivo, entrega a maioria dos comentários e alfinetadas entre as personagens de modo sutil, sendo um alívio cômico quando são explícitos. Essa característica veio dos incríveis roteiristas Deborah Davis e Tony McNamara que realmente leram cartas históricas para saber como essas mulheres mantinham seu relacionamento, um detalhe que faz toda a diferença. De todas as atuações, Olivia Colman é a que merece mais destaque. Ela está simplesmente incrível como a Rainha Anne, roubando todas as cenas em que aparece. É incrível ver a transformação dela de cena para cena, se sentindo amada e confiante para completamente perdida e triste no momento seguinte, mostrando que mereceu (e muito!) o Globo de Ouro que recebeu.



Apesar de ter gostado muito da história dessas três mulheres incrivelmente fortes, cada uma de sua maneira, o filme tem um ritmo extremamente lento que, muitas vezes, nos faz divagar um pouco e até mesmo perder a atenção. Ele realmente é o tipo de filme que precisa decantar um pouco dentro da nossa cabeça. Apesar de não ser o meu favorito (haha), é um filme maravilhoso sobre amor, paixão, poder e ter cuidado com o que desejamos.

Confira o trailer a seguir: