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Music | "Lady Sings the Blues", a fusão do Jazz com o Cinema (Resenha)


A história de uma lenda, Billie Holiday, contada e cantada por outra lenda, Diana Ross, em um belo film

Por Rodrigo Fidalgo | Revisão: Paulo Costa

Lançado originalmente no Brasil com o estranho título "O Ocaso de uma Estrela", hoje talvez ele seja até mais conhecido pelo seu título original, graças à uma redescoberta do jazz quem vem acontecendo de uns 10 anos para cá. Ainda bem!

Produzido em 1972 pela gravadora Motown (historicamente conhecida por ter lançado grandes nomes da soul music como Marvin Gaye e Stevie Wonder, entre vários outros), "Lady Sings the Blues" traz a cantora Diana Ross interpretando a lendária Billie Holiday, também cantora e hoje reconhecida como um dos maiores talentos do jazz de todos os tempos!

Baseado na autobiografia de mesmo nome publicada em 1956, o roteiro dá uma bela "suavizada" na história da vida de Billie, já que ela sempre esteve envolvida com drogas, estupros, mendicância, prostituição, depressão, alcoolismo, preconceitos por todos os lados e (como se não bastasse) vários problemas com a polícia.

Em parte podemos entender essa escolha: o jornalista paranaense Aramis Millarch escreveu certa vez que a "vida de Billie foi tão dramática, que nem o mais sádico roteirista conseguiria imaginar".

E, apesar de algumas "furadas", como por exemplo deixar de lado o relacionamento com Lester Young (outro grande nome do jazz), o filme ainda assim é muito bom! Tendo sido indicado ao Oscar em 1973 de melhor roteiro, melhor trilha sonora, melhor direção de arte e melhor figurino, temos aqui um show de interpretação de Diana Ross - ela também foi indicada ao Oscar de melhor atriz, além do BAFTA (o Oscar britânico) e do Globo de Ouro.


Já uma cantora conhecida na época, Ross sofreu várias críticas quando foi anunciada como a intérprete de Billie. Porém, acabou convertendo as críticas em elogios, e tanto o filme quanto a trilha sonora tiveram um sucesso estrondoso!

Ainda temos no elenco Billy Dee Williams (o Lando Calrissian da primeira trilogia de "Star Wars") e Richard Pryor, conhecido por várias comédias da década de 80, como "Os Donos da Noite" (com Eddie Murphy), aqui em um raro papel sério.

O que causa estranheza e muita decepção foi o rumo que tomou a carreira do diretor Sidney J. Furie: após um início promissor na década de 60 dirigindo cult-movies com Marlon Brando e Michael Caine, ele chegou ao ápice com este "Lady Sings the Blues" e com o filme de guerra "Os Rapazes da Companhia C" (1978). Porém, depois de se dar mal em 1987 com "Superman IV – Em Busca da Paz" (em que uma série de problemas na produção fizeram com que este fracasso tenha sido o pior de todos do Christopher Reeve), decidiu seguir a linha dos filmes de ação com a série "Iron Eagle" e outros que, de tão ruins, foram sendo lançados direto para o mercado de vídeo e DVD. Possivelmente parte destes títulos pode estar disponível em algum serviço de streaming.

E, com 87 anos, ainda está trabalhando! Seu último filme, "Finding Hannah", está com o status pós-produção no Internet Movie Database

https://www.classicline.com.br/lady-sings-the-blues.html
Infelizmente, existem algumas pessoas não sabem quando parar. No caso do canadense Furie, era melhor já ter parado faz tempo...

A propósito: o livro "Lady Sings the Blues" foi publicado no Brasil primeiramente pela editora Brasiliense (edição esgotada), e hoje pode ser encontrado nas livrarias uma reedição mais caprichada da editora Zahar, publicada em 2003.

O filme encontra-se disponível para venda em DVD, pela Classicline.