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Play | "Enola Holmes", por Jurandir Vicari (Resenha)


Mesmo com foco no público jovem, aventura Girl Power tem a capacidade de agradar a todos

Por Jurandir Vicari | Revisão Paulo Costa 

A Netflix lançou no final de setembro mais um filme Original Netflix que promete agradar a todos os públicos, principalmente aos mais jovens: "Enola Holmes". Nele vemos claramente o surgimento de uma nova releitura do clássico Sherlock Holmes feita para esse público que pode ainda não conhecer esse personagem icônico, mas em vez de focar no detetive que já teve tantas faces, o foco agora é em sua irmã mais nova, Enola.

Talvez sua estrela maior e encarregada de dar vida a inteligente e por vezes irritante protagonista, que dá nome a obra, ficou nas mãos de Millie Bobby Brown ("Stranger Things"). E ela não decepciona ao entregar uma atuação de primeira qualidade, esbanjando carisma e desenvoltura em pouco mais de 2 horas de filme.

Além de Eleven, ainda temos no elenco o Superman, sim, Henry Cavill é Sherlock Holmes, o irmão mais velho e famoso de Enola. Henry também está muito bem e parece conter o corpo enorme e musculoso exalando toda a classe que um lorde britânico necessita. Para completar me chamou a atenção Sam Claffin, que tinha me marcado como o tetraplégico Will Traynor, de "Como Eu Era Antes de Você", que agora interpreta o irmão conservador Mycroft Holmes. As atuações são todas muito boas e mesmo nos aspectos mais caricatos dão o tom que a obra pede. E, Será que os fás de "Harry Potter" vão reconhecer a mãe do trio? Sim, ninguém menos que Bellatrix Lestrange, ou melhor, a atriz Helena Bonham Carter ("O Discurso do Rei" e "8 Mulheres e Um Segredo") que sai totalmente da sombra de Tim Burton e arrasa na atuação sem precisar de tanta caretas ou maquiagem pesada.



O enredo é basicamente a apresentação das personagens, demonstrando suas características e motivações, usando do recurso da jornada do herói, que é um subterfúgio usado em larga escala por Hollywood. Alternando entre o interior da Inglaterra e Londres e quebrando a quarta parede no melhor estilo "Dora, A Aventureira", inclusive o diretor de "Enola Holmes"Harry Bradbeer é o mesmo das duas temporadas de "Fleabag" série que usa e abusa da quebra da quarta parede, e essa familiaridade torna a obra mais leve e dinâmica..

Os cenários e figurinos são impecáveis. Ora mostrando a vida agitada da Londres na época, ora mostrando o interior com suas mansões e campos verdes esplendidos. Outro aspecto técnico que vale comentar é a trilha sonora que fica por conta de Daniel Pemberton, conhecido por seu trabalho em "Aves de Rapina", "Rei Arthur", "Jobs" e "Homem-Aranha no Aranhaverso". Alem das faixas instrumentais, temos a canção tema "Celebrity Skin", interpretada pela banda Hole, hoje já conhecida do grande público.



Outro ponto forte é o Girl Power, nada mais natural para um filme que se passa na terra das Spice Girls. A Protagonista é o tempo todo estimulada a tomar suas próprias decisões, ser autossuficiente e a ser feminista, mas isso não a impede de ter um companheiro de aventuras.

O filme não traz nada de revolucionário, mas é divertido e prazeroso entregando o que se propõe e deixando as portas abertas para os próximos que com certeza virão, afinal material não falta, já que o filme é baseado em uma serie de livros da autora Nancy Springer, e que já possui seis volumes.

No geral "Enola Holmes" é uma bela lição para as novas gerações e fazia tempo que não via um filme com a moral tão explícita.