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Play | "Palm Springs", Resenha por Paulo Costa



Uma gororoba requentada e sem tempero

Por Paulo Costa


Que filme chato! Sim, é assim que defino "Palm Springs", a produção original do streaming Hulu. O longa tem aproximadamente 90 minutos de duração e achei que não terminaria nunca, precisei dividir em duas partes para chegar até o seu desfecho nada interessante, para não dizer monótono e previsível.

O roteiro é uma cópia descara de "Feitiço do Tempo", comédia romântica de 1993 protagonizada por Bill Murray e Andie MacDowell, com um pouco mais de sci-fi e um romancezinho mela cueca, onde o resultado é um filme nem um pouco inovador com uma direção preguiçosa e (d)efeitos especiais que parecem que a grana investida acabou e entregaram inacabados mesmo.

A base da trama, o loop temporal, que faz os personagens reviverem o mesmo dia para sempre, já foi aproveitada de maneiras mais interessantes, como no divertido "A Morte te da Parabéns" (2017), que mescla essa pegada temporal com terror e pitadas de comédia, e no efervescente "Corra, Lola, Corra" (1998), um dos mais importantes filmes do cinema alemão.


"A Morte te da Parabéns", "Feitiço do Tempo" e "Corra, Lola, Corra", ótimos filmes com loop temporal | Divulgação

Contudo em "Palm Springs" o roteiro é perdido, cheio de erros e furos, com justificativas largadas e desleixadas, onde o o único intuito é de ter uma "explicação" qualquer.

Na trama Nyles é um homem relaxado e sem preocupações. Quando em um casamento em Palm Springs ele conhece Sarah, a relutante madrinha do casamento, ele se vê incapacitado de deixá-la ou deixar o local, revivendo este dia repetidas vezes.

Andy Samberg e Cristin Milioti estão bem, a dupla tem um entrosamento bacana, rendem uma ou duas ridas, mas quem rouba a cena é J.K. Simmons com um coadjuvante muitos mais interessante que os protagonistas e ao mesmo tempo muito mal explorado que merecia mais destaque e tempo em tela. Não posso esquecer da cabra, coitada da cabra, talvez um dos melhores e mais bem construído personagem presente!

Não entendi tanto alvoroço, levar todos os prêmios na primeira edição do Critics Choice Super Awards e ainda receber duas indicações ao Globo de Ouro, concorrendo nas categorias de Melhor Filme de Comédia ou Musical e Melhor Ator em Filme de Comédia ou Musical - Andy Samberg.

Exaltar "Palm Springs" ou tentar encontrar motivos para dizer que o filme é inovador ou no mínimo interessante só por misturar comedia romântica com ficção cientifica, mostra nitidamente que ou a pessoa realmente nunca viu nenhuma outra obra que aborde o laço temporal e que já misturou este com outros elementos, ou esta pessoa não gosta de cinema, pois a sensação que tenho é a mesma de pedir um prato aclamado em um conceituado restaurante e receber uma gororoba requentada e sem tempero.