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Play | "Luca", Resenha por Jurandir Vicari




Uma exuberante jornada sobre amadurecimento, liberdade e a quebra de preconceitos

Por Jurandir Vicari


Se existe algo que a Pixar sabe fazer como ninguém é encantar crianças de 8 a 80 anos e "Luca", sua mais nova produção que chegou ao Disney+ no dia 18 de junho, não é exceção a regra. De "Toy Story - Um Mundo de Aventuras" (1995) e "Vida de Inseto" (1998), até os mais recente e Oscarizado "Soul - Uma Aventura com Alma" (2020) a gente sabe que se tem o "selo de garantia" Pixar, com certeza assistiremos a algo muito bom. Porém, esta recente aventura, assisti sem nenhuma expectativa, talvez por não ter sido lançado nem nos cinemas e muito menos no Premier Access, sendo lançado sem custo adicional, julguei que seria algo inferior e, para minha surpresa, eu estava completamente enganado.

Como de costume, a trama trablha o amadurecimento do jovem Luca Paguro, dublado pelo jovem ator Rodrigo Cagiano, conhecido pelo grande público por ter emprestado a voz aos personagens Milles de "A Maldição da Mansão Bly" e Blink de "Nivis: Amigos de Outro Mundo", que vive um verão maravilhoso nas praias italianas, mas precisamente no lugar fictício chamado Portorosso, sonhando com Vespas, comendo muito macarrão ao pesto e treinando para maratona com seu melhor amigo, Alberto Scorfano, dublado por Pedro Miranda, cantor, dublador e ator mirim que já participou do reality musical The Voice Kids do filme "2 Filhos de Francisco" (2005), mas toda essa diversão é constantemente ameaçada porque eles tem um grande segredo, eles na verdade são monstros marinhos. Somado a isso eles fazem amizade com Giulia, que ajudará os meninos na sua adaptação em terra firme, a personagem é vivida por Bia Singer, que já dublou a personagem Coco na série animada "Bluey", da Ludo Studio. Entre o elenco de dubladores nacionais temos também a grande Claudia Raia como a Signora Masstronni.

No inicio mergulhamos em todo o colorido do mar e perdemos o fôlego com as técnicas empregadas na animação para nos contar como é a vida subaquática, para depois desejar viver na pacata e fictícia vila litorânea. A partir daí o enredo se desenvolve de forma muito simples, sem grandes inovações, mas com muita sutileza e feita de forma magistral, principalmente por se tratar de memorias do próprio diretor do filme, Enrico Casarosa, seu amigo também chamado Alberto e a infância deles em Gênova.



Muitos críticos chegaram a apontar semelhanças da animação com o cultuado "Me Chame Pelo Seu Nome" (2017), talvez por Luca também ser um pré-adolescente inseguro e preso dentro de sua rotina que ele tenta ferrenhamente se libertar e super protegido, que encontra sua liberdade, ao lado de alguém que seja mais experiente e já conheça o mundo a mais tempo que ele. Sem muitas comparações, mas sim, vi algumas similaridades com o que a comunidade LGBTQIA+ passa como a não aceitação, e situações como o abandono do lar, procura de aceitação numa cidade grande, até o ponto de não conseguir esconder, quem realmente é, mas talvez eu tenha enxergado muitas metáforas além do que estava em tela. Para isso recomendo que você assista e confirme se estou certo ou eu dei uma viajada.

Os roteiristas Jesse Andrews, do sucesso "Todo Dia" (2018), e Mike Jones, de "Soul" e da série televisiva "Prison Break", iniciam a narrativa apontando problemas ecológicos como a pesca predatória, derramamento de óleo e o despejo de lixos no mar, para consequentemente depois focarem no poder da amizade e na quebra dos preconceitos de praticamente todos os personagens.

O longa não chega a ser tão vanguardista como seus antecessores, mas ainda assim apresenta uma emocionante história sobre amadurecimento e liberdade, com seu protagonista vivendo uma jornada de autoconhecimento passando por diversas paisagens exuberantes e sendo apoiado por uma família amorosa e amigos verdadeiros.