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Cinema | Nicolas Cage é o Príncipe das Trevas em "Renfield - Dando Sangue Pelo Chefe"


Nicolas Cage mergulha em seu personagem ao dar vida ao Conde Drácula em uma atuação divertida, sangrenta e extravagante

Por Paulo Costa


São poucos atores que se comprometem tanto com um papel como Nicolas Cage, e sua presença descomunal fez dele uma escolha certeira para assumir o papel icônico de Drácula em "Renfield - Dando Sangue Pelo Chefe". E essa não é a primeira vez que o Vencedor do Oscar ("Despedida em Las Vegas", 1995), traz para a tela o seu sanguessuga interior, em 1988 em "O Beijo do Vampiro", Cage viveu o personagem Peter Loew, um agente literário, que acredita ter sido mordido por uma vampira, e que lentamente está se tornando um vampiro.

Quando Cage leu pela primeira vez o roteiro de "Renfield - Dando Sangue Pelo Chefe", ficou impressionado com a originalidade do argumento: “Era uma nova maneira de abordar a história, e nos daria a chance de brincar com um tom que eu realmente admiro desde que vi 'Um Lobisomem Americano em Londres'. Se você acerta esse tom de comédia e terror, você tem algo muito especial e delicioso”.

Cage já havia sido um vampiro em "O Beijo do Vampiro", de 1988 | Divulgação, MGM


Desde o início, o ator estava totalmente empenhado em incorporar o Príncipe das Trevas e enriqueceu o processo de filmagem desde o primeiro dia. “Logo de cara, Nick começou a trabalhar no personagem e na voz. Tivemos um Zoom com ele no início da produção, em que ele fez os diálogos, improvisações e trabalhou sua voz. Ele é um ator incrível, uma inspiração para ter por perto”, contou o diretor Chris McKay.

A própria relação de Nicolas Cage com o personagem Drácula se estende aos seus primeiros dias de infância, quando seu pai, August Coppola, projetava filmes em preto e branco de 35 mm em uma tela na sala de estar da família. Entre eles estava o inovador "Nosferatu", longa mudo de 1929, uma adaptação não-oficial do livro de Bram Stoker, estrelado por Max Schreck como o sinistro vampiro Conde Orlok, em uma das famosas obras do Expressionismo Alemão. A criatura horrível, careca, de unhas longas semelhantes a garras ficou gravada na memória do ator: “Tenho que dizer que, quando você assiste a esse filme aos cinco anos de idade, com Max Schreck fazendo aquelas maluquices com os olhos e dedos, fica gravado na sua memória por muito tempo”.

"Nosferatu", um marco do Expressionismo Alemão foi uma das inspirações para Cage | Divulgação, Universal Pictures


Para a composição do Drácula de "Renfield - Dando Sangue Pelo Chefe", Cage garimpou o passado em busca de inspiração - Schreck foi uma influência, assim como o lendário ator inglês Christopher Lee, que estrelou os muitos filmes de Drácula produzidos pela britânica Hammer Films, desde "O Vampiro da Noite", de 1958. O ator também apreciou a vulnerabilidade da visão de Gary Oldman sobre o personagem em "Drácula de Bram Stoker", de 1992, dirigido por seu tio, Francis Ford Coppola. Mas sua influência mais direta foi uma relação ainda mais próxima: “Meu pai era um homem muito elegante, incrivelmente inteligente, que falava com um sotaque do meio do Atlântico. Ele sempre soube que era o homem mais inteligente de qualquer sala em que entrasse. Então, eu pensei que meu pai seria um bom modelo para o personagem”.

Além disso, o ator observou relacionamentos notoriamente tóxicos de filmes clássicos, incluindo aquele entre a sedutora e predatória Sra. Robinson, de Anne Bancroft, e o descontente Benjamin Braddock, de Dustin Hoffman, em "A Primeira Noite de um Homem", de Mike Nichols, mas transformou todas essas inspirações em algo novo e totalmente original: “A voz de Anne começou a vir à minha mente, o que me deixou muito feliz. Mas eu sou muito eu mesmo. Seja o que for que absorvo ou recebo como influências, eu as filtro com um instrumento muito próprio”.

Para Nicolas Cage, o desafio estava em explorar a complicada dinâmica entre seu personagem e o de Nicholas Hoult - encontrar as nuances deste relacionamento, mantendo-se fiel aos momentos cômicos e de terror. “O tema em si não é engraçado, é perturbador. Mas na raiz dele, há um certo tipo de amor. Há momentos em que eu olho para Nick Hoult, e sinto algo como, ‘Oh, este é o meu filho’. E depois há momentos em que é apenas abuso. É o lado sombrio das relações humanas que estamos explorando. Esse não é um assunto fácil e, certamente, dar a ele o toque da comédia é complicado”, comenta o ator.


A complexa e toxica relação de Drácula e seu servo Renfield | Divulgação, Universal Pictures


Uma moderna e atual releitura sobre Drácula e seu leal servo


Em "Renfield - Dando Sangue Pelo Chefe", um moderno conto de monstros sobre o leal servo de Drácula, o ator indicado ao Emmy Nicholas Hoult é Renfield, o sofrido ajudante do chefe mais narcisista da história, o Príncipe das Trevas: Drácula.

Ele é forçado a encontrar as vítimas para seu mestre e fazer tudo o que ele lhe pede, qualquer que seja o grau de degradação da ordem recebida. Mas agora, depois de séculos de servidão, Renfield está pronto para descobrir se há vida lá fora, para além da sombra de Drácula. Se pelo menos ele puder descobrir como dar fim à sua dependência dele...

O longa tem direção de Chris McKay ("Lego, Batman: O Filme"), e traz em seu elenco, ao lado de Cage e Hoult, a vencedora do Globo de Ouro, Awkwafina; o vencedor do Emmy, Ben Schwartz; Adrian Martinez); Brandon Scott Jones; e a atriz indicada ao Oscar e Emmy, Shohreh Aghdashloo.

"Renfield - Dando Sangue Pelo Chefe" já está em cartaz nos cinemas brasileiros.