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Resenha: Deadpool 2



Mais engraçado, muito mais insano e impróprio para menores... o proibidão da Marvel!
Por Paulo Costa

Depois de uma aparição desastrosa no ruim "X-Men Origens: Wolverine" (2009), o mercenário tagarela ganhou uma segunda chance e desta vez não poderia ser desperdiçada. Após muita insistência do próprio Ryan Reynolds, que entrou na jogada como produtor, o personagem Deadpool teve seu próprio filme lançado em 2016, causando muitos burburinhos, agradando ao público e principalmente a crítica especializada. Claro que a Fox Film já pensava em uma sequência, quem não se lembra da cena pós créditos?

E ele está de volta, "Deadpool 2" que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 17, após um incidente que deixa o personagem totalmente devastado, sua vida muda quando, ao tentar contornar um situação perigosa envolvendo um garoto mutante, os dois acabam presos, eis que um super soldado, Cable, aparece para uma missão assassina. Agora o mercenário terá que aprender o que é ser um super herói de verdade, para isso ele recruta um time, X-Force, com pessoas poderosas, ou nem tanto, para ajudá-lo a impedir os planos de Cable.

Com direção de David Leitch, o responsável por "De Volta ao Jogo" (2014)  e "Atômica" (2017), temos aqui um filme carregado de ótimas piadas, um humor sarcástico e ainda mais ácido que no primeiro longa, desta vez o roteiro não poupa ninguém, são sátiras a grandes referências da cultura pop, que inclui o Universo DC (lógico), e se expande a uma galáxia tão, tão distante, Star Wars, passando por cultuadas obras como "Instinto Selvagem", filme de 1992 estrelado por Sharon Stone e Michael Douglas, e "Yentl", musical de 1983 dirigido e protagonizado por Barbra Streisand. Nem o sucesso da Disney "Frozen" (2013) ou o clássico musical "Annie" (1982) conseguiram escapar. Trafegando dentro do Universo Marvel, são sátiras muitos bem construídas em cima da franquia "X-Men" e "Logan", porém, nem a própria produção foi poupada com piadas pra cima do diretor e até do ator Josh Brolin, piadas capazes de arrancar gargalhadas até mesmo de um público exigente. Vale ressaltar que Reynolds desta vez também assina o roteiro ao lado de Rhett Reese e Paul Wernick.

Será a X-Force capaz de deter Cable? (Divulgação)



Mas se o filme acerta no humor, diga-se de passagem, muito melhor que no primeiro, desta vez pecou um pouco nos efeitos visuais, onde em determinados momentos em cenas maiores percebem-se algumas falhas, mas nada tão gritante a nível "Liga da Justiça". O mesmo pode-se dizer de certas cenas de ação, o que não deveriam ocorrer, pois temos um diretor experiente no assunto, mas parece que tantas piadas tirou um pouco o foco destes momentos mais explosivos, mesmo assim, não é nada que venha a atrapalhar o longa ou a sua principal experiência, mas neste quesito não foi capaz de superar o seu antecessor.

A química do elenco é fluida e isso transborda na tela, é perceptível que todos ali estão, acima de tudo, se divertindo, o que deixa o filme ainda mais bacanudo e divertido, que funciona muito bem em suas 2 horas de duração. Além do retorno de Reynolds na pele do protagonista e Morena Baccarin como sua namorada, Vanessa, que esteve no Brasil divulgando o filme (aqui), personagens como Blind Al, interpretada por Leslie Uggams, Negasonic Teenage personagem de Brianna Hildebrand, e Andre Tricoteux que volta a dar vida ao musculoso e sensível metalizado Colossus, temos neste segundo filme o acréscimo de Zazie Beetz como Domino, reapresentando o poder feminino ao entregar uma personagem marcante e divertida, Shioli Kutsuna no papel de Yukio, a namorada de Negasonic, olha a representatividade aí, além do jovem Julian Dennison como Firefist e, claro, Josh Brolin em mais um filme da Marvel, representando mais um vilão do universo Marvel, (não tão vilão como Thanos), mas um vilão, o soldado Cable. O longa ainda conta com participações hilárias como humorista Terry Crews e até Brad Pitt marca presença.

Falando ainda na adição de novos personagens, o vilão Cable, é muito bem construido, ele não é do mal apenas por ser, existe neste personagem toda uma profundidade dramática que o leva a ser assim e essa construção surpreende dada a dramaticidade que determinadas cenas apresentam, diferindo um pouco do humor carregado, ao contrário do que costumamos dizer sobre alguns filmes onde a comédia funcionado como um "alivio cômico", em "Deadpool 2", temos um personagem que funciona como um "alivio dramático", se é que este termo existe (risos), mas o personagem de Josh Brolin serve para que em momentos onde as risadas poderiam se tornar excessivas e até mesmo cansativas como um break para que a plateia consiga dar uma descansada no maxilar antes de rir mais um pouco.

Cable traz à trama um "alivio dramático" em meio a tantas piadas (Divulgação)



A trilha sonora é a cereja do bolo e conta com canções que marcaram época como "Take on Me" do a-ha em versão acústica, tem Peter Gabriel com "In Your Eyes", além de "If I Could Turn Back Time" da diva Cher, "9 to 5" e "We Belong", interpretadas respectivamente por Dolly Parton e Pat Benatar, temos também "All Out of Love" do Air Supply e Skrillex com "Bangarang", a trilha ainda se completa com a inédita "Ashes" na voz de Celine Dion, o que rendeu um hilário clipe musical, já divulgado aqui.

No geral podemos considerar "Deadpool 2" como o grande proibidão da Marvel, afinal a Fox Film teve culhões de entregar uma obra muito mais insana, com corpos sendo desmembrados a todo momento, muito sangue jorrando, humor nem um pouco politicamente correto e, diferente do primeiro longa que teve classificação 16 anos no país, desta vez o mercenário tagarela chega por aqui totalmente proibido para menores, o longa recebeu a classificação 18 anos, ou seja, nada de levar a molecada.

Dito isso, boa sessão e aprecie sem moderação!