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Play | "Rua do Medo: 1978 - Parte 2", por Jurandir Vicari



Surpreende pela melhora na narrativa sem perder a clássica nostalgia construída anteriormente

Por Jurandir Vicari


Chegou a hora de falar da segunda parte da trilogia "Rua do Medo". Pra quem leu minha resenha sobre a grande aposta da Netflix em cima do inicio desta trilogia de terror, ficou bem claro que eu não gostei da primeira parte. Em compensação "Rua do Medo: 1978 - Parte 2" me surpreendeu positivamente em muitos aspectos.

Ao contrario do primeiro, com uma introdução ao universo muito desleixada, o que fez com que eu não me conectasse ao trabalho do criador Leigh Janiak, esse novo capítulo melhorou bastante em narrativa, intensificando os referências aos filmes antigos do gênero terror slasher, sem parecer tão caótico como antes, as atuações foram mais ousadas e a diversão conseguiu me contagiar.

Falando em referências não saiu da minha cabeça  as homenagens a "Sexta-Feira 13", "Acampamento Sinistro" e "Chamas da Morte", me remetendo a minha adolescência e trazendo uma experiência mais coerente e nostálgica. Algumas cenas até parece um revival, ou até mesmo um reboot de algum desses clássicos.



Em um primeiro momento o enredo retoma o que estava sendo contado no filme anterior, para em seguida nos mostrar o que aconteceu anos atrás, exatamente no ano de 1978, como o próprio titulo já menciona. Apresentando todos os assassinatos que ocorreram no acampamento Nightwing, e nos introduzindo novos protagonistas com Ziggy, e sua irmã Cindy Berman. Personagens que podem trazer luz sobre as trevas deixadas pela bruxa Sarah Fier, pelo menos é o que espera Deena e Sam, bem como Josh.

No elenco temos novos nomes como Sadie Sink, a ruivinha internacionalmente famosa por viver a personagem Max em "Stranger Things", no papel de Ziggy, enquanto Emily Rudd, da série "The Romanoffs" interpreta Cindy. Retornando do longa anterior Kiana Madeira, Olivia Scott Welch e Benjamim Flores Jr, que dão vida aos sobreviventes do massacre ocorrido no primeiro filme.

Apesar de continuarmos envoltos na maldição que Shadyside carrega, de estarmos no centro da disputa com Sunnyside, e de podermos prever os acontecimentos que virão, em cenas ainda mais violentas, as soluções são menos obvias e as interpretações mais carismáticas, o que nos mantêm atentos ao filme. A sensação é de como se estivéssemos ouvindo uma lenda urbana, tipo quando te contam uma história da loira do banheiro, que você sabe que é mentira, mas quer saber o que vai acontecer no final, é esse o efeito que eu tive ao ver esse filme.



Além de muito sexo, sangue e coisas mais que vemos em cena, o filme ainda traz em seu enredo alguns pontos importantes como a busca por aceitação na adolescência, uso de drogas, doenças mentais e falta de perspectivas, temas que afligem abundantemente essa faixa etária e até mesmo vários adultos. Claro que nada de forma muito aprofundada, mas se olhar além da carnificina você assistirá algo além do simples entretenimento.

A nível de curiosidade, pois pode ser apenas uma simples coincidência do acaso, senti bastante a presença de referências ao eterno e lendário camaleão da música David Bowie, seja pelo fato do cachorro da Cindy se chamar Major Tom, o astronauta fictício criado por Bowie na canção Space Oddity de1969, ou por conta do nome dado a personagem Ziggy, uma alusão a canção Ziggy Stardust, presente no álbum The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders, lançado em 1972, ou quem sabe ainda por terem incluído The Man Who Sold the World, do álbum de mesmo nome lançado em 1970, na impecável trilha sonora? Seriam apenas coincidências?

No geral, "Rua do Medo: 1978", parece ter restaurado a minha fé na trilogia. Me fisgou pela nostalgia e pelas referências melhor empregadas. Agora vamos esperar pelo capítulo final, ou melhor, o início de tudo em "Rua do Medo: 1666 - Parte 3", onde finalmente testemunharemos o inicio da maldição e a história de Sarah Fier, que estreia na plataforma no dia 16 de julho.